Na República Democrática do Congo, o Parque Nacional Virunga pode ser
metaforicamente descrito como um “gigante pela própria natureza”. São 650 km que fazem fronteira
com Ruanda e Uganda. O parque, fundado em 1925, é o mais antigo da África e contempla
a área de maior biodiversidade do continente proporcionado por uma natureza
exuberante que inclui florestas, savanas, planícies de lava, pântanos, vales de
erosão, vulcões ativos, e os picos glaciais dos montes Rwenzori. Desde 1979
Virunga figura entre os patrimônios mundiais na lista da UNESCO. Porém, desde
1994 também está na lista de patrimônios
em perigo devido a diversos interesses em seus abundantes recursos naturais.
A partir dessas constatações, no final de 2014 foi lançado o documentário
chamado Virunga. A produção do site de streaming Netflix é dirigida por Orlando
von Einsiedel. O documentário retrata de maneira emocionante o desafio dos
guardas florestais na árdua batalha para preservar este ambiente.
O documentário
O príncipe belga Emmanuel de Mérode comanda, desde 2008, a equipe de guardas
florestais do Parque Nacional Virunga. Juntamente com André Bauma um cuidador
de Gorilas apaixonado pela profissão e Rodrigue Mugaruka Katembo um guarda
florestal - ex criança soldado - que conhece o parque como poucos. Com os
demais guardas florestais esses bravos heróis são a estrutura de defesa do
local que luta pela manutenção da biodiversidade bem como pela vida dos Gorilas
da montanha, uma espécie rara no mundo que tem como principal lar o parque
Virunga.
Além disso, o documentário denuncia os projetos de exploração de petróleo
da SOCO INTERNATIONAL, uma petrolífera britânica que pretende explorar o óleo
dentro da reserva. Para reforçar as denúncias, a colaboração da jornalista
francesa Mélanie Gouby contribuiu para fortalecer as denúncias contra a empresa
que, a partir de subornos, manteve ligações com políticos da região e também
com a guerrilha armada M 23 que invadiu a cidade e enfrentou os guardas do
Parque Nacional Virunga.
Comentário
As explicações da SOCO não são convincentes. A partir da pressão de
várias ONGs como WWF e Human Rights Watch em julho de 2014 a petrolífera britânica
se comprometeu, em um acordo, a não empreender qualquer missão exploratória ou
cometer perfurações dentro do parque. Porém, segundo as denúncias dos próprios
cineastas do filme e da população local, esta batalha está longe de acabar. Os
Executivos do Fundo Mundial para a Natureza reconhecem que a SOCO ainda não
abriu mão das licenças de funcionamento e não cumpriu o acordo de não monitorar
mais a área.
Para se sensibilizar com o tema é simples. Basta você assistir algumas
fotos e conhecer o tamanho da beleza natural e da biodiversidade apresentadas
pelo parque. Virunga é um patrimônio que não deveria ousar ser tocado, mas que
infelizmente é muito cobiçada pelas forças do capital mundial. Se não houver
luta contra esse tipo de ação a África acabará conforme uma das frases proferidas
por um executivo da petrolífera quando estava sendo filmado sem saber durante o
documentário, disse ele: “A África deve ser recolonizada, essa é a
solução”.
Esse é o pensamento de muitos executivos de
multinacionais que empreendem negócios milionários sem demonstrar qualquer
preocupação com patrimônio sagrados da natureza. A SOCO, em particular, parece
estar vivendo no século passado. Obcecada pela região e por seus recursos
naturais a empresa exibe em sua página na internet o projeto de exploração de
petróleo. Deixarei o link da página abaixo para que todos possam acessar e
conferir a empreitada. Quanto ao Parque Nacional Virunga, também deixarei o
link do site para que todos possam acessar e ver como ajudar a divulgar essa
denúncia. Por fim, não percam o documentário, é emocionante
Fontes:
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